Rajoy apoia vítimas da ETA e diz que "justiça vencerá"

O presidente do Governo espanhol afirmou hoje que as vítimas do terrorismo em Espanha estão a passar momentos "duros e difíceis", mas que a batalha "vai ser ganha pela justiça e pelas pessoas de bem".
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Mariano Rajoy, que falava na reunião interparlamentar do PP em Córdoba, referiu-se assim à polémica causada por uma decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos que já levou à libertação de vários etarras.

"São momentos duros e difíceis para todos, especialmente para as vítimas do terrorismo. Mais que nunca, estamos com eles. Quero transmitir-lhes, em nome de todos, o nosso afeto, carinho e solidariedade", disse.

Os comentários de Rajoy foram feitos 24 horas depois da Sala Penal da Audiência Nacional em Madrid ter decidido libertar nove etarras sem esperar pela decisão do Tribunal Supremo sobre uma doutrina que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos rejeitou que se aplique em Espanha.

Essa decisão foi tomada hoje, dias antes da reunião do Supremo em que se espera um critério sobre o que fazer agora que a doutrina Parot, como é conhecida essa jurisprudência, não pode ser aplicada.

Com estas nove libertações, sobe para 11 o total de etarras libertados na sequência da sentença de outubro do tribunal europeu, que ordenou a libertação de Ines del Rio, militante do movimento terrorista basco ETA, presa desde julho de 1987 e condenada a 3.828 anos de prisão por vários atentados.

Noutro âmbito, Rajoy aproveitou o seu discurso para defender a atuação económica do Governo considerando que Espanha está "a sair dos cuidados intensivos", depois de corrigir "boa parte" dos desequilíbrios" e tendo conseguido "preservar os grandes serviços públicos".

Rajoy tem sido uma das vozes mais prudentes do Governo espanhol perante os primeiros sinais positivos da economia, tendo hoje voltado a considerar que "as coisas não estão bem, mas estão a correr melhor" e que "os esforços não foram em vão".

Para o chefe do Governo, os dados demonstram que "tudo estará melhor no final da legislatura", mas que as medidas devem continuar a ser implementadas.

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